sábado, 23 de novembro de 2013

PAULINHO MOSKA

PAULINHO MOSKA
Ginásio do Sesc Tijuca - 23/12/2013
Moska já percorreu uma longa estrada que o fortaleceu com sólidas experiências artísticas. O grupo vocal Garganta Profunda e a banda roqueira Inimigos do Rei foram passaportes marcantes para a vida do músico. O teatro e o cinema também registraram trabalhos significantes de Moska como o longa-metragem “O Homem do Ano”, dirigido por José Henrique Fonseca e “Minutos Atrás”, do diretor Caio Sóh. Porém sua alma grita pela música e é com ela que Paulinho se destaca. Um compositor como poucos. A riqueza de sonoridade enfeita suas poesias. Ele utiliza o rock, a MPB, o samba, a eletrônica para lapidar suas canções. E já no palco, ele as espalha como confetes envolvendo a platéia de forma melodicamente carinhosa.

Numa afirmação de Paulinho, ele cita: “Sou um compositor, na medida em que compor é juntar coisas” E é justamente isso que ele faz: une som e palavras, artista e público, arte e aplausos, realização e prazer. E isso faz dele um artista notável!!!!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

GEORGE ISRAEL

GEORGE ISRAEL
Teatro Sesc Tijuca - 20/11/2013
George é uma abelhinha aqui do Rio de Janeiro muito talentosa e versátil, que além de possuir uma simpatia extrema ele se encontra num privilegiado patamar constituído por compositores brasileiros de grande reconhecimento. Seus parceiros são ícones e suas canções sucesso garantido. Nesse espetáculo George relembra suas grandes obras de décadas passadas e também as que estão sendo lançadas no seu mais novo CD, sendo intensamente aplaudido por um público interessado no panorama do rock brasileiro. Sua musicalidade alcança todas as faixas etárias e a interação com o público é dinâmica e cordial. Em um momento específico o corredor do auditório do teatro transforma-se no seu palco, onde ele passeia bem à vontade executando melodias ao solo do saxofone. Esse intercâmbio entre espectador e artista aumenta a intimidade e descontração apresentada no show. George Israel é de fato um músico qualificado, hábil e carismático. É um imenso prazer assisti-lo e, claro, aplaudi-lo!!!

sábado, 16 de novembro de 2013

CAMA DE GATO

ANDRÉ NEIVA – MINGO ARAUJO – JOTA MORAES – PASCHOAL MEIRELLES e MAURO SENISE
Teatro do SESC Tijuca16/11/2013
O show de encerramento do projeto SESC Amplifica contou com a apresentação do grupo Cama de Gato, formado em 1982, por veteranos instrumentistas prá lá de experientes. Sua solidez em criar arranjos e improvisos comprovam o potente talento e a sensibilidade desses músicos brasileiros para executar tal modalidade, emanada do coração da América e muito bem recebida em nosso território. Essa nova maneira sincopada de fazer música, onde a polirritmia e os efeitos instantâneos e sem ensaios deixam a mostra a maestria e a perícia dos artistas, influenciou e ramificou-se em novas formas musicais.
E é assim o trabalho do grupo Cama de Gato: a voz da América, repleta de subgêneros, melodicamente negra e harmonicamente estilosa.
A temporada 2013 do projeto SESC Amplifica brilhou pela qualidade das atrações apresentadas e pelo fácil acesso a várias unidades da entidade, apresentando também palco ao ar livre em área nobre da zona sul e aguardaremos ansiosos pela segunda edição que, com certeza, chegará com a mesma categoria como foi agora apresentada. Até lá!!!

QUINTETO NUCLEAR

PEDRO ARAUJO – EMILE SAUBOLE – MARCELO SANTOS – MARCELO MÜLLER e DAN SEBASTIAN
Casa Rosa do Sesc Tijuca - 16/11/2013

Um jazz surpreendente, moderno, rico na dinâmica de improvisos, espetacularmente autêntico. É isso que encontramos quando nos referimos ao Quinteto Nuclear. Um grupo idealizado na cidade de Boston (EUA), um dos berços do jazz, entre três valorosos músicos brasileiros que estudavam na Berklee College of Music, e apaixonados por essa modalidade. No repertório, John Coltrane, Steve Coleman, Hermeto Paschoal e outros, além de composições autorais. Requinte e livre circulação dentro da música são elementos que compõem essa nobre sonoridade e é exaltada também a destreza e sensibilidade dos instrumentistas que trazem cores vibrantes a cada nota. Belíssima apresentação!!!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

PAULA MORELENBAUM

PAULA MORELEMBAUN
Teatro do Sesc Tijuca - 15/11/2013

Paula teve o privilégio de ser convidada pelo próprio Tom Jobim para integrar a Banda Nova, ao lado de Jaques Morelembaum (seu esposo), Danilo Caymmi, Maucha Adnet e outros. O grupo foi criado com a finalidade de acompanhar o maestro em shows e gravações pelo Brasil e pelo exterior. Isso ocorreu por mais de dez anos, atestando assim a qualidade e o refinamento do trabalho da artista, que ao longo dos anos vem se apresentando como renomada cantora jazzística e de MPB. Nesse projeto, a oportunidade de poder mostrar a grandiosidade do seu trabalho foi perfeita. Num repertório elaborado por canções de Vinícius de Moraes e seus parceiros, Paula presta uma sublime homenagem ao centenário do poeta, cantando em um auditório repleto onde as palmas não foram poupadas. Magnífica!!!

IZZY GORDON

IZZY GORDON - MOISÉS ALVES -  JUNIOR VARGAS - WILLIAM GORDON E FERNANDO ROSA 
Casa Rosa do Sesc Tijuca – 15/11/2013
Izzy nasceu e cresceu num ambiente prá lá de musical. Sobrinha de Dolores Duran e filha do cantor caribenho Dave Gordon, ou melhor, Mr. Caribe, título recebido por ser considerado o melhor cantor dessa região, e da também cantora Denise Duran, irmã da grande Dolores. Tal pai, tal filha – tal tia, tal sobrinha – como filhinha de grandes peixes, ela se transformou uma valorosa sereia de canto único e cristalino. Uma genética privilegiada, contribuidora para que Izzy adquirisse extrema sensibilidade e requinte musical. E hoje, experiente e amadurecida, vem encantando platéias com um repertório jazzístico e também repleto de canções brasileiras inesquecíveis. Uma voz única, poderosa e extensa, incrivelmente admirável.
E dando continuidade a geração de talentos, seu sobrinho, William Gordon, fez uma participação especial, cantando com Izzy a belíssima canção “Georgia On My Mind”, de Ray Charles. Além de cantor, William se apresenta como baixista.

Esse espetáculo majestoso fez parte do primeiro show do segundo dia do projeto SESC Amplifica na unidade da Tijuca. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

HAMILTON DE HOLANDA TRIO

HAMILTON DE HOLANDA – THIAGO DA SERRINHA e ANDRÉ VASCONCELLOS
Teatro Sesc Tijuca - 14/11/2013
Hamilton – Seu bandolim é formado por 10 cordas e sua agilidade em dedilhá-las é extraordinária proporcionando uma acústica única, límpida, que ultrapassa os limites da experiência. Uma roupagem diferente que moderniza ainda mais o contemporâneo. Esse toque de magia é acrescentado ao choro, ao samba, ao jazz ou a qualquer outra modalidade musical tornando-a cada vez mais inovadora. Um virtuose brilhante a tal ponto que a imprensa americana o denominou de “Jimmy Hendrix do bandolim”.
André – Considerado uma das grandes referências do contrabaixo no Brasil, esse brasiliense vem participando de incontáveis tournées internacionais tendo a oportunidade de deixar registrado a sua versatilidade e destreza em cada apresentação. Produtor e compositor também desenvolve uma carreira solo tendo já lançado três CDs com grande aceitação do público e da crítica.
Thiago – Bandolinista, percussionista e compositor. Um nome de destaque no batuque do Jongo da Serrinha, criado no final da década de 60, em Madureira, e que tem a finalidade de preservar essa tradição rítmica e cultural trazida pelos nossos antepassados africanos. Como bandolinista Thiago integra o grupo que acompanha a cantora e pianista Leila Pinheiro, além de outros trabalhos.

Enfim, um trio que goza de ampla tarimba e que mantém uma intimidade bem estreita com a música instrumental, ao ponto de criar formas, produzir solos e extrair sonoridades excepcionais, exclusivas e admiráveis. Um espetáculo dinâmico e elegante. Bravo!!!

DELICATESSEN JAZZ

DELICATESSEN JAZZ: NICO BUENO - ANA KRÜGER - MANO GOMES 
Casa Rosa do Sesc Tijuca -14/11/2013
Projeto Sesc Amplifica - Mais uma honrosa iniciativa que chegou, com força total, exibindo um mix de jazz e bossa e proporcionando ao público a oportunidade de apreciar o que há de melhor do suingue brasileiro acoplado ao som jazzístico da América, incluindo atrações nacionais e internacionais espalhadas por várias unidades e também shows em palco aberto como aconteceu no Parque dos Patins.
Sabor da Música foi conferir os eventos na Unidade Tijuca e constatou um resultado excelente e digno de muitos aplausos.
A apresentação de abertura do projeto nessa unidade foi do grupo gaúcho Delicatessen Jazz que, como o próprio nome já cita, prima pelos arranjos elaborados no mais fino requinte e pela perícia dos músicos ao dedilhar improvisos, sem contar, é claro, na beleza da voz de Ana, que derrama suavidade e afinação nas interpretações.
Sabor da Música faz questão de endossar a qualidade e singeleza dessa banda. Para o público que não os conheciam e que assistiram ao espetáculo, tenho certeza que saíram admirados pela sensibilidade e destreza da musicalidade extraída por eles. E para os que não tiveram essa oportunidade, fica aqui a recomendação.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

ZÉLIA DUNCAN

ZÉLIA DUNCAN
Academia Brasileira de Letras – 13/11/2013

Para fechar a série MPB na ABL de 2013, ela chegou espalhando energia e mostrando a qualidade da boa música brasileira. Fato esse comprovado por ter sido ganhadora do Prêmio da Música, nesse ano, nas categorias de melhor cantora e de melhor álbum pelo CD Tudo Esclarecido, onde a artista interpreta canções de Itamar Assumpção. Zélia é uma figura marcante: inteligente, perspicaz, emotiva e extremamente talentosa. Uma intérprete sensível. Uma compositora cheia de propriedade. Uma artista brilhante. E foi esse vigor que se instalou no palco da ABL. A beleza das canções como Alma (Pepeu e Arnaldo Antunes), Carne e Osso (Moska e Zélia Duncan), Doce de Coco (Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho) e outras que estão no coração do público, provocaram aplausos extensivos e cheios de calor num auditório lotado. Zélia é realmente uma grande pérola da história da nossa música. 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

ROSA MARYA COLIN e ELIANA PITTMAN

ROSA MARYA COLIN - DUDU VIANA - LENE DEVICTOR e ELIANA PITTMAN
Teatro Sesi-Centro – 12/11/2013
Última edição do ano do projeto A Canção Brasileira – de Chiquinha Gonzaga a Tom Jobim, fechando 2013 com preciosa chave de ouro da pureza de 22 quilates.
Rosa Marya, a cantora que exala melodia e que é revestida por uma aparência tímida, meiga e de fala sussurrada se agiganta quando entra em cena e projeta uma voz vibrante e admirável. E foi exatamente assim que aconteceu. Com um repertório voltado para as canções das últimas décadas, onde a beleza da inspiração de Jobim, Dolores Duran, Vinicius e outros grandes compositores da nossa música se fizeram presentes, arrancando longos aplausos da platéia.
Logo após e a vez da apimentada Eliana, artista majestosa, irrequieta e sensual que por manter um repertório tão diversificado, passeando entre tantas modalidades musicais, optou por apresentar um cancioneiro mais antigo onde exalta composições de Villa-Lobos, Inezita Barroso, Cascatinha e Inhana, etc., nos levando a uma inesquecível viagem nesse “Brasil de meu Deus”.
Duas artistas com trajetórias diferentes mas que unidas num mesmo palco se completam e ampliam seus talentos. Ambas cantoras internacionais, experientes, dotadas de uma afinação e extensão privilegiadas, reconhecidas por um público vasto e respeitadas por uma crítica exigente. 
Devo ressaltar também que as magníficas vozes foram emolduradas pelos arranjos do pianista mineiro Dudu Viana, outro grande perito da música instrumental, o que muito embelezou essa apresentação.
Vida longa a esse projeto! Que em 2014 volte com a mesma energia e requinte como brilhou nesse ano. Aplausos ao projeto, aos músicos que por ele passaram e um brinde caloroso para Haroldo Costa, o idealizador e incentivador de ações como essa.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

TAINÃ FALCÃO e FÁBIO ALCÂNTARA

FÁBIO ALCÂNTARA e TAINÃ FALCÃO
Calçadão de Caxambu – 01/11/2013
É admirável o talento e a perseverança do artista brasileiro. Passeando despreocupadamente no início da noite pelo Calçadão de Caxambu ouço a deliciosa batida de um violão e uma afinadíssima voz feminina que chamou minha atenção. Aproximei-me, e eis que estavam eles: Tainã e Fábio, num cantinho estratégico da rua, de frente alguns barzinhos, acomodados com seus “apetrechos” sonoros e cheios de satisfação, cantando para um público espalhado porém atento. Achei lindo a simplicidade e o encanto que esses músicos produziam, apresentando um repertório seleto que abrangia inúmeras modalidades de ritmos nacionais e internacionais. Resolvi ficar e apreciar esses valores. Fiz uma excelente escolha. Uma excelente música acompanhada de uma boa refeição. E, claro, não faltou o aperitivo. Um retrato de uma noite feliz!
Mas o que eu não entendo é essa luta titânica para o artista conquistar seu espaço. Talento não se compra. É nato. É dom. O máximo que se pode acrescentar é um bom aperfeiçoamento na formação didática musical, nada mais.
Ver um trabalho tão sólido e tão maduro entregue às ruas, na esperança de que um interessado produtor ou patrocinador os acolham.
Não sou contra mostrar seu trabalho em vias públicas, o que muito alegra os transeuntes, mas deveriam ter um subsídio de empresas comerciais que se beneficiariam com esse entretenimento e não um “couvert irrisório” e, às vezes, nem isso.
Valorizem o artista brasileiro. Não permitam que essa virtude se perca ou caia no desânimo de quem já muito batalhou e não conseguiu encontrar uma porta aberta.

Salve o artista brasileiro, pois ele já nasceu vencedor!