quarta-feira, 9 de outubro de 2013

MARIA BETHÂNIA e as PALAVRAS

MARIA BETHÂNIA
Academia Brasileira de Letras – 09/10/2013
Num contexto transbordante de lirismo Bethânia tece um delicado bordado com os áureos fios da música e da poesia. Ambos entrelaçados, coladinhos, ordenados... Do jeitinho que ela gosta. Seleto, envolvente e impecável. Versos de Alberto Caeiro, ou Álvaro Campos ou ... Não importa os heterônimos! É Fernando Pessoa, o poeta predileto da artista, que se faz presente, ora sussurado, ora exaltado pelos cândidos lábios que proclamam, com avidez, o excelso trajeto dos versos, ampliando cada vez mais espaço ao se encontrar com as palavras de Ferreira Gullar, ou de Manoel Bandeira, ou de Clarice Lispector, ou da própria artista, e por aí se vão...
Vão os versos para o coração da música. Um abrangente coração. Receptivo, apaixonado e ansioso para emitir notas e acordes. E ela, a melodia, se desnuda e se revela por intermédio de inspirações que fazem moradas nas almas de Caetano, Beto Guedes, Luis Vieira, Paulinho da Viola e outros obcecados amantes da forma de fazer arte.
É este um pedaço do imenso universo de Maria Bethânia. O sublime recanto da poesia onde passeia a límpida e repousante sonoridade da música. Bethânia traz consigo a sensibilidade divina de apreciar, conviver e lapidar a arte. Sublime!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário